Texto: OLHOS AZUIS

OLHOS AZUIS

Não se sabe o que se pode, mas pode o que se quer? Mas como era tudo? Aqui estou realmente, tenho que relatar, não havia mais que suposição, coincidência e possivelmente ilusão. Não, não, ilusão não era. E logo recolhia os indícios vagos, as atitudes, o acanhamento, as distrações, para rejeitar a idéia de estar enganado. Esses olhos são lindos olhos azuis. Como não querer estar frente a frente a esses diamantes brilhantes que em meia luz chega ofuscar a luz do sol. Mas como ser Sol de tais tão belos olhos? Como ser dominante em uma relação que se quer ser dominado.

Os momentos são perfeitos, os lugares são belos e muito atraentes, a vida não reserva, mas os olhos vislumbram espetáculos naturais. Cachoeiras de altas altitudes e volumosas águas espumantes que convidam o corpo a encontrar num choque estático a matéria, e as matérias corporais se encontram em um abraço, um beijo, um olhar dos olhos azuis me deixa apaixonado, apaixonados olhos azuis, olhos azuis, não me canso olhos azuis.

(Lucimar Simon)