COTIDIANUS
Crack, estalou a cadeira... Um sorriso, uma brincadeira,
quantos pecados, um olhar, uma palavra, apenas brincando, sorrindo, falando.
Sombras, sol, calor, verão ou inverno. Sonhar é permitir-se. Inventar-se é
outra flexão verbal. Viver, verbo de primeira ordem. A cadeira deu um estalo.
Os óculos escuros não escondia tudo. Bora, Vitória comprar passes. Bora correr,
trabalhar a tarde e nem tempo de almoçar. Não escondia tudo. Nem aquela saia
justa na última cadeira do ônibus escondia tudo. “Seu policial não vou pular a
roleta, perdi os documentos, vou viajar aqui na frente.” Seu policial no
cumprimento de seu dever e no comprimento de sua pistola pede ao sujeito
simples e não composto a não ser pela própria visão da sarjeta. “O senhor pode
descer no próximo ponto por favor:” Frase do polícia... Xingamentos depois que
o ônibus arrancou é claro... “...”, “...”, Paramos, andamos, andamos, paramos,
chegamos, compramos, voltamos tudo em terceira pessoa. Sorrimos, sofremos,
brincamos, choramos, conversamos. Tudo em terceira pessoa. Estudamos,
conversamos de novo. Reunião. Fala, fala, fala, língua de sinais, aprender
verbo imperativo. Fecha a conta.
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