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terça-feira, 26 de maio de 2015

Texto: I LOVE NOVELAS DA GLOBO

I LOVE NOVELAS DA GLOBO

Novelas; Globo sabe cumprir seu papel de veículo transmissor de ideologias e mantenedor dos papéis sociais. As novelas “I love Paraisópolis e Babilônia” são o exemplo disso - quando; as falas de atores e atrizes que vivem seus papéis de elite, ricos na vida irreal e inventam ser pobres na vida meio real das populações pobres, das comunidades retratadas nas telenovelas globais. Assim, as duas novelas seguem ensinando aos pobres, como serem apaixonados pelas suas comunidades, suas vidas nessas comunidades e a se manterem felizes em seus “espaços de reclusão”. E outro dia uma atriz negra, perguntada por uma amiga o porquê não ia morar na pista, agora que tinha condições de comprar um lugar na tão cobiçada baixada da elite? Sabiamente, a atriz levou a amiga até uma janela de mundo e apontou a bela vista que se tem do mundo de lá, do alto do morro da Babilônia, e disse que era por isso que ela não trocava seu espaço por aquele outro insinuado por ela.

Em uma das maiores favelas de São Paulo figura-se a outra novela. Àquela que se nomeia “I love Paraisópolis”. Ali, vemos uma disputa entre ricos pelo controle da região, uma associação do poder econômico ao poder paralelo, ali criminoso, ambos se aliam numa tentativa de controlar e dominar o espaço territorial. Mas, os pobres, que o diabo não me leia, vão lutar e conseguir “limpar” sua comunidade desses dois males, ninguém os fará querer deixar que sua favela seja reurbanizada. Ora, nós ricos, empresários empreendedores tentamos, mas o pobre; desculpa diabo, outra vez que você não me leia, não quer sair de seu lugar, lugar onde nasceu, viveu, lugar onde mesmo pobre; desculpas diabo, outra fez, onde a população coletivamente desenha seus sonhos futuros. E a elite, segue afirmando que com o trabalho dura e perseverante qualquer um pode chegar onde eles estão.

Elite, rica, brincando de ser pobre, outra vez! Acho que hoje tirei para incomodar o diabo, e o “pobre diabo” interpretando sonhos de felicidades em becos, ruelas, casebres e uma ninhada de nada mais ou menos tudo futuro desse país. Que lindo o entrecruzo de pobres e ricos nos dois elencos reais das duas novelas, e que lindo o afastamento socioeconômico irreal que existe entre esses mesmos dois grupos. Sendo assim, “I love Babilônia”, I love a tentativa de soterramento da ambição do pobre, e aqui, foda-se o diabo, que ele leia-me e fique tiritando de vontade de me por no mármore do inferno, assim, se bem sei, seria só a reprise em “vale apenas ver de novo”. Será que vale?

(Lucimar Simon)

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