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domingo, 29 de agosto de 2010

Texto: “FUGINDO DO COMUM”


“FUGINDO DO COMUM”

Às vezes pensamos que nada tem sentido. Mas quando chegamos a essa conclusão nos remetemos a um nada ainda maior. Não quero ser contraditório. Estou apenas fazendo isso para justificar o que se delineará nas próximas linhas deste texto. Estou elaborando minha monografia, logo estou fazendo leituras diversas e entre estas biografias e textos que relatam a intimidade do meu objeto de estudo (Sérgio Sampaio). Mas onde quero chegar com isso? Em lugar nenhum a não ser prender sua atenção meu caro leitor por mais ou menos umas 20 linhas. Quero apenas deixar fragmentos de textos que achei interessantes nas minhas leituras. Logo, justifica-se o titulo desta postagem.

Renato Piau guitarrista de várias bandas na década de 70 e Torquato Neto jornalista e compositor “standard” (“compositor que tem 3 ou mais canções de sucesso na voz de grandes nomes da música”), mas o jovem Piau ainda interessado quis saber mais. Ai Torquato acrescentou. “Estou estudando Direito Internacional”. Piau, admirado. “Porra, Torquato... É mesmo? E o que vem a ser isso? Ai, Torquato responde. “Estou lendo a Bíblia”.

Renato Piau e Sérgio Sampaio tornam-se amigos e visitam o Maluco do Raul Seixas em seu apartamento, o assunto da hora é a indecisão de Raul se lançar como cantor. Raul era produtor musical da CBS. Sérgio insistia com o amigo. “Raul, você é cantor, tem que cantar”... “Cansado de argumentar, Raul disse”. “Venha cá”, e os levou até a cozinha. Abriu um armário cheio de latas de leite em pó. “Olha, ai, bicho”. “Se eu cantar como é que eu vou comprar isso pra Simoninha?”

Amigos blogueiros e leitores este texto pode não ter ficado completo ou "com sentido", essa foi à intenção, afinal onde está o sentido se não na nossa subjetividade de ver e querer que tudo faça sentido. Sérgio e Raul bem como outros foram considerados “malditos da MPB”, por serem considerados rebeldes e não terem sido aceitos pelo público que classificava quem fazia ou não sucesso na sua época. Eu digo que eles apenas se negaram a vender suas almas e não se dobraram ao modismo de sua época. Eles foram críticos a sua maneira, não foram alienados. Eles viveram e morreram defendendo isso.

Fragmentos retirados do livro: Eu quero é botar meu bloco na rua: a biografia de Sérgio Sampaio / Rodrigo Moreira. – 2. Ed. - Niterói, RJ: Muiraquitã, 2003. p. 64/65.

(Lucimar Simon)

3 comentários:

  1. O sentido estar realmente no olhar de cada um sobre as situações...

    Eles eram "Artistas da vida" pois o olhar que tinham sobre as situações do cotidiano vai além da busca de sentido!!!

    PS: Muito bom conhecer mais de Sérgio Sampaio.

    bjinhus....

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  2. Sentido, será que eles queriam ter algum sentido??
    Ou somos nos que achamos que tudo e todos tem que ter alghum sentido?
    Como e gostoso conhecer particularidades de artistas antes mesmo de serem conhecidos, ainda bem que Raul decidiu ouvir seu amigo....
    Beijos doces, boa semana

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  3. Achei sua idéia brilhante e saborosa.
    Raul era um gênio cuja obra estava destinada à história.
    Espero novas postagens.
    Parabéns pelo selo que vc recebeu. Muito merecido! Passa no Chocolate e pega o meu selo "Lua Nova". Te ofereço de coração.
    Beijos e uma linda semana pra vc.

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