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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Texto: MERDA NO VENTILADOR

MERDA NO VENTILADOR (O CASO DA DELEGADA)

Quinze dias depois da primeira denúncia de abuso de poder e de ser afastada do cargo, o cerco contra a delegada Maria de Fátima de Oliveira continua se fechando. Investigada pela Corregedoria de Polícia Civil, ela responde a cinco denúncias - quatro delas publicadas em primeira mão pela equipe de jornalismo da Rede Vitória. Foram sete pessoas presas por motivos estapafúrdios, como negar a troca de uma peça de roupa, usar o banheiro feminino de um quiosque ou se desentender no trânsito.

CASO "RIACHUELO"

Tudo veio à tona em 11 de fevereiro, com a prisão de quatro funcionárias de uma loja de departamento. Isso porque a delegada não conseguiu trocar um short, mas detalhe: Maria de Fátima tinha comprado a peça há dois meses e ainda estava sem a nota fiscal. Das funcionárias, três tiveram que passar a noite no Presídio de Tucum. "A gente foi colocada na cela sem cama, sem roupa de cama, sem um copo para tomar água... As presas não queriam deixar a gente entrar porque estava superlotado. Foi surreal. Eu fui presa porque pedi cinco minutos para ligar para o advogado. Fui indiciada por resistência à prisão e desobediência", conta Diane Ruchdeschel, uma das vítimas.

CASO "BRIGA DE TRÂNSITO"

Um motorista também foi vítima de uma das autuações duvidosas da delegada. Cizemar Souza Moraes, de 26 anos, foi detido depois de um desentendimento de trânsito. "Naquele dia estava tendo greve de ônibus e o trânsito estava um caos. De repente uma Kombi, que estava fazendo lotação, parou na minha frente. Para não bater, eu joguei o carro para a esquerda. Foi quando essa delegada apareceu", conta o motorista. Resultado: indiciado por direção perigosa. O motorista conta que foi levado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. De lá, foi colocado em uma viatura, conduzida pela própria delegada. No calor forte e apertado dentro do carro, ele teria sido forçado a acompanhar Maria de Fátima enquanto ela resolvia "pendências" pela cidade. Depois, passou seis horas preso na delegacia de Novo México.

CASO "EXTORSÃO"

Depois da publicidade dos outros casos de abuso, o empresário Rogério Oliveira Coutinho, do ramo da construção civil, também entrou com uma representação contra Maria de Fátima. Ele afirma que dois policiais civis foram até a empresa da família dele se passando por agentes da Polícia Ambiental. Dias depois, Rogério recebeu uma intimação, assinada pela delegada onde sequer consta o número do inquérito. "Não existia nem número de inquérito aberto. Posteriormente, quando comparecemos à delegacia, ela justificou que era uma denúncia anônima. Mesmo assim, ela deveria ter aberto uma Ordem de Serviço e feito uma investigação mais discreta, não podia constranger o proprietário. Evidenciou a extorsão", destacou ainda ele.

CASO "PADARIA"

E segundo as denúncias, não é de hoje que a delegada comete abusos utilizando o cargo público. Em 2006, o dono de uma padaria de Vila Velha também foi alvo de uma dessas ações. As câmeras de segurança mostram um idoso de camisa laranja fazendo uma compra no estabelecimento. Horas depois, ele volta, agora de jaqueta, e acusa a funcionária de ter repassado a ele uma nota de R$ 10 falsa. O senhor vai embora e volta novamente acompanhado por mulher de blusa azul. E adivinhe? É a delegada Maria de Fátima. Imediatamente ela expulsa todos os clientes e fecha as portas do estabelecimento. Depois de tentar se justificar sem sucesso, o dono e a gerente da padaria foram levados presos. Passaram três noites na cadeia.

CASO "BANHEIRO"

A quinta denúncia foi feita por um advogado que prefere não ser identificado, por medida de segurança. Segundo ele, a confusão teve início quando ele usou um banheiro feminino em um quiosque da Praia de Camburi, em Vitória. A polícia foi chamada e ele foi levado para a delegacia. Foi neste momento que ele teve contato com a delegada. O advogado conta que a delegada demonstrou desequilíbrio e arrogância. "Eu cheguei lá e não estava em trajes adequados, uma vez que estava na praia. Eu me identifiquei como advogado e ela disse, cheia de grosseria: 'o senhor aqui não é merda nenhuma. Algema esse cidadão lá atrás'. Chegando lá o policial de plantão instigou esse cidadão, suspeito de estupro, dizendo: 'esse daí é X-9'. O rapaz imediatamente reagiu. Eu estava algemado. Ele começou a me agredir, chutando o meu rosto. E todos os policiais de plantão ficaram rindo. Eu gritei por ajuda e ela não fez nada", afirma.

Veja mais em detalhes em:

http://www.ejornais.com.br/jornal_folha_vitoria.html

http://lucimarsimon.blogspot.com/2010/02/texto-justica-seja-feita-ii.html

(Lucimar Simon)

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