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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Texto: “O LEIGO”

“O LEIGO”

Antes de qualquer coisa, queria agradecer meu amigo Justino Matias pelo envio do texto que se tornou bem pertinente sua publicação no blog, uma vez que a bola do momento é novamente o futuro do nosso tão querido Brasil que está sendo discutido agora como mais novo dono de imensas reservas de petróleo que ainda não sabemos como extrair e nem como dividir os dividendos entre os Estados famintos por recursos. (Gente isso foi ironia na ultima parte ta?) O texto vem fazer uma recíproca com um texto de um escritor critico que tem renome mundial. Luis Fernando Veríssimo, entre outros aspectos produziu comédias, contos, poesias, etc, etc, etc. Leigo é o nome genérico de quem não está entendendo. Na sua origem, “leigo” era sinônimo de “laico”, o contrário de “clérigo”, um cristão que não pertencia à hierarquia da Igreja. Com o tempo a palavra passou a identificar quem está por fora de qualquer assunto, e não apenas os eclesiásticos.

O Leigo é mal-informado, ingênuo e simplista. As coisas precisam ser explicadas com muita clareza ao Leigo, e mesmo assim ele custa a compreendê-las. Ele próprio costuma invocar sua condição e dizer “Sou leigo na matéria” quando se vê diante de um desafio intelectual. Diz muito isto. Porque tudo é um desafio intelectual para o Leigo. Mas o Leigo nos presta um grande serviço. Como seu raciocínio é simples, ele muitas vezes faz as perguntas óbvias que nós não fazemos para não parecermos simples. Há anos, por exemplo, não entra na cabeça do Leigo por que as tais “riquezas naturais” brasileiras de que ouvimos faltar desde a escola não enriqueceram o Brasil, ou pelo menos melhoraram a vida da maioria dos brasileiros, que, ao contrário, parece piorar quanto mais as riquezas são extraídas e exportadas.

O Leigo nunca entendeu a venda, que mais pareceu uma doação, da Vale do Rio Doce, como nunca entendeu a campanha antiga e sistemática para desacreditar e doar a Petrobras. Agora o Leigo na sua ingenuidade não está entendendo essa discussão sobre o controle estatal do petróleo do pré-sal e o destino a ser dado ao produto da sua exploração, como se não estivesse na cara o que precisa ser feito. No plano internacional, o Leigo imagina que, se todo o dinheiro gasto no comércio de armas fosse aplicado em projetos sociais, acabaria a miséria no mundo. Você e eu, que somos pessoas sofisticadas e por dentro, sabemos que o mundo não funciona assim, com esse altruísmo simétrico. Que se não gastasse com armas o mundo só gastaria em bebida e mulheres.
E essa de que um país com os problemas sociais do Brasil não tem nada que estar comprando submarino atômico só pode ser coisa do Leigo. Bendito Leigo.

O Leigo, ao que me parece, também não analisa a contra argumentação da folha ao pé da letra. Não entende bem o que foi dito, porém, se o foi, concorda, e da o assunto como encerrado e o jornal como certo. Afinal, é a Folha de São Paulo, jornal endeusado pelas elites paulistas. Nos Estados Unidos à credibilidade da mídia caiu, como postou o Nassif. Gostaria de saber no Brasil. Pois enquanto houver credibilidade para esses pasquins o leigo vai acreditar no que eles dizem.

A esperança esta nas pessoas que cansaram de serem leigas. Que usam a web para se informar e sair deste estado lastimável, onde vive como um ruminante sem controle sob o seu destino. Geralmente essa pessoa acorda para uma nova visão do mundo, nem sempre boa. Porém real. Há também as pessoas que não tem condições, seja de renda ou educação, para buscar meios de deixar a condição de leigo. Para com essas pessoas, porém, acredito que a mídia não tenha tanta credibilidade ou mesmo alcance. Para elas o que vale é a quantidade de arroz e feijão na mesa, uma geladeira nova a prestação, e um carrinho de consórcio na garagem.

E a preocupação maior da mídia, ao meu ver, é com relação a essas pessoas, pois aqueles que procuram se informar e não acreditam mais em tudo que lêem. Seu objetivo é atingi-las, é convencê-las que de algum modo, mesmo com a melhora em suas vidas, a coisa esta feia.Temos então dois leigos, o que escolheu ser, e o que não tem escolha. Aqui é possível uma analogia ao ditado popular.

”O pior cego é aquele que não quer ver”.

(Lucimar Simon)

3 comentários:

  1. Sempre critico e muito inteligente, esse é a forma que vejo esse texto, muito bem garotinho

    beijos Juliana

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  2. Meu amigo Lucimar Verissimo é o maximo e vc o acompanha muito bem parabens pelo texto, agora nao sou mais leigo sobre o leigo. rssrsr

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  3. Ei belo texto e muito bem estruturado, claro ser leio é muito mais que isso ne?

    gostei

    J.K

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