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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Texto: INTINERÁRIO 175 (DIALÁGO)

INTINERÁRIO 175 (DIALÁGO)

Introdução

Os nomes relacionados neste texto não são reais, e qualquer relevância com a realidade será mera coincidência. As linhas que seguem são tratadas e traduzida numa linguagem bem simples tentando o autor aqui reafirmar as palavras como foram ditas e as têm em sua vaga lembrança.

Boa leitura.

- Célia - Olha lá Júlia, ele ficou para trás.

- Júlia - Que merda, o que aconteceu?

- Célia - Deve está sem dinheiro, vai lá pagar a passagem dele.

- Jéferson - Nossa bicho, acho que perdi meu um real lá no banco.

- Célia - Perdeu é? Acho que você anda perdendo mais que isso.

- Jéferson - Ai Célia seu marido já saiu da Casa de Passagem? E aquela sua amiga foi transferida para a Cadeia de Tucum semana passada, você ficou sabendo?

- Júlia - Meu marido está lá tem cinco ano. Fui fazer a visita semana passada ele me ameaçou de morte, disse que ta sabendo que tenho outro aqui fora. Eu disse que não, mas sabe como é, não da pra ficar sem homem – e Filipe diz que vai fazer ele se não parar com as ameaças.

- Jéferson - E quando ele sai?

- Julia - Tomara que nunca, mas se sair vai morrer ou voltar logo se não arrumar um trabalho.

- Célia - Trabalho que nada, lembro bem quando meu marido saiu, foram dois meses para os homens por as mãos nele de novo. E agora por muito tempo vai ficar, tentou roubar e matou um taxista em Campo Grande.

- Jéferson - É sei como é mano cair uma vez, mas não fiquei não, só de hospedagem na primeira vez fiquei 03 meses depois sai por lotação, e não conclusão da investigação.

- Julia - Foi é? Mas fiquei sabendo que você saiu tem 15 dias.

- Célia - Verdade, foi o papo que rolou lá no morro, que você caiu num lance lá na Praia do Canto, naquela padaria...

- Jéferson - É o vigia me pegou dentro e chamou os homens que não tiveram dó e sentaram o dedo em mim. Levei três azeitonas, mais não virei presunto não, fiquei no São Lucas e depois fui para Viana por 18 meses.

- Jéferson - A verdade é que a gente acaba sempre voltando para lá, e você acha que vou vira servente em obra e ganhar 20,00 reais por dia. Nunca numa hora posso ganhar muito mais. O problema é esse se os homens pega nós se ferra.

- Célia - Eu to tranqüila tomando conta do “negócio” (boca de fumo) do meu marido, mas se os homens pegar já era ai os meninos toma conta.

- Jéferson - Qual a idade do Luisinho seu filho?

- Célia - 14, mas tem responsabilidade de quem é de maior vai levar o caso para frente

- Jéferson - É isso trabalhar que nada.

- Julia - Ai eu fico aqui ate mais depois vou lá em cima pegar os guris.

- Jéferson - Espera Júlia, vou com você. Até mais Célia.

- Célia - Até. Se cuida malandro, se quiser algo sobe lá depois.

- Jéferson - Ta bem, subo sim.

(Lucimar Simon)

2 comentários:

  1. Colocar o cotidiano de uma conversa de rua e transformar em um texto bom e com sentido, torna-se dificil, porém gostei e entendir o que você quis dizer com esse pequeno dialago muito bem elaborado.

    Continue assim!

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  2. Obrigado pelos seus comentarios, sao eles e sua criticidade que fazem com que eu empenhe a escrever todos os dias.

    conservos todos os leitores com muito carinho, sei que tem muitos que não deixam aqui seus comentarios mas os fazem pessoamente ou por e mail, ou msn logo, este momento venho aqui agradecer a todos.

    Muito obrigado.

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Após a leitura do texto poste um comentário se quiser.
Ficarei muito feliz em saber que você leu e algo de importante foi acrescentado a sua vida e pensamento. Sim, outra coisa. Respostas aos comentários serão dadas aqui, se estes forem pertinentes ou necessarios dos mesmos. Por tanto volte após seu comentario. Volte sempre a casa é sua é nossa é de quem vier.