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sábado, 3 de janeiro de 2009

Conto...O INCIDENTE, A MORTE

O INCIDENTE, A MORTE

Tudo começou, na rua principal próximo á escola, ela correu pela calçada e dizendo que não o queria ver nunca mais, então ele com um instinto animal e muito apavorado saltou o muro de casa e alcançou-a na esquina. Tinha uma lamina de cozinha cortante em punho a derrubou e investiu diversos golpes contra seu frágil corpo. Os gritos chamaram a atenção dos vizinhos, mas seu pedido de socorro foram em vão quando os primeiros a se aproximarem notaram a fúria do agressor, que não pretendia a deixar com vida.

Não adiantava gritar, fugir já não era uma realidade a ela alcançável, logo não mais revidava aos golpes e abandonada foi no lugar pelo pai de seus três filhos de menos de doze anos o mais velho e pouco mais de dois anos o mais novo. Morava o casal e os filhos em uma casa mal acabada, com poucas divisões internas e com telhado precário, coisa que se fazia a presente realidade de quase todo o bairro.

Deixando-a no chão sem vida, fugiu o quanto antes possível sem deixar nenhum vestígio para que alguém o seguisse, desviou por uma rua escura numa rapidez de um ladrão, era o que ele é, um ladrão de vida, com ele leva a arma do crime que foi em um pequeno corpo deferida quase setenta e cinco golpes.

Era dia de festa no bairro, logo poucas pessoas presenciavam o fato, mas após o ocorrido a aglomeração foi geral, ás vezes o povo adora ver a desgraça dos outros, então os rumores foram constantes alguns sobre o agressor e outros sobre a vitima. A noticia espalhou-se pelo bairro, minutos depois a aglomeração foi maior. Alguém acionou a policia que logo chegaram, testemunhas dizia e narravam os fatos. As indagações dos curiosos eram muitas. Quem? Onde? Porque? Fugiu? Mas como? E os filhos?

Logo a conversa tomou ares de lembranças extras, antigas, coisas que aconteceram no mesmo bairro, que eram lembradas também de bairros vizinhos e se seguiam os comentários enquanto ainda no chão escorriam as ultimas gotas de sangue do corpo da vitima que exausta não sobrevivera ao confronto com seu executor implacável e sem piedade.

Quais as motivações que levariam a atitude daquele crime brutal, o que faria com que a mãe de três filhos fosse vitima do seu próprio companheiro, o que determinaria por meio das mãos do agressor que ali naquele momento seria o fim de sua vida com ser vivente deste mundo, embora os curiosos já borbulhavam poucos arriscavam palpites, traição? Drogas? Loucuras? Ciúmes? Não se sabe ao certo.

Que realidade cruel, após receber sua sentença a vitima era outra vez morta pela escarnação e confissões a “pé de ouvido” dos vizinhos e arreadores da situação. Boatos e outros comentários, típicos de quem sabe o que fala nestes momentos.

Quem é? Quem foi? Quando? Porque?

Para esse assunto chegou o líder comunitário, alguém sensato? Parece que sim foi dizendo para as pessoas circularem e deixar a perícia e a policia trabalhar. Seu José era quem organizara a festa do bairro. Na verdade aquela morte era mais uma coisa que desviava as pessoas das barracas de bebidas e comidas da festa que seu José organizara, daí a presa na dispersão do corpo e das pessoas ao redor da situação.

A morte! Senhoras e senhores a morte tem muitas faces, não queira encará-la do modo mais cruel, mas qual seria o modo mais cruel? Qual a importância de uma pessoa após sua morte? Quando uma pessoa está realmente morta? E quando a morte surge na esquina, qual sua reação? A morte chegou para essa mãe de 3 filhos e queiram saber que foi uma morte cruel, uma morte sangrenta, violenta, uma morte de momento, uma morte sem justiça, se é que ela existe na morte, será que a própria morte é justiça? Ou a justiça deveria ser a morte? O agressor ainda foge, ou não foge, mais a justiça calo-se, e sua liberdade ainda gera sentimento de injustiça, e a morte? O que dizer sobre a morte? O que você diz Morte? Defenda-se na sua crueldade, na sua serenidade, na sua legitimidade. Defenda-se Morte.

(Lucimar Simon)

2 comentários:

  1. A morte como vc mesmo disse tem muitas faces, as vezes ela é triste, outras dolorosas, justa ou injusta, muitas vezes vem como um alivio, outras como uma setença, mas não importa qual seja a sua face o final é o mesmo , tanto para ricos e pobres, brancos e negros, 7 palmas de terra.
    E vc oq faria se morase neste bairro e ouvise os gritos???
    Beijos.

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  2. A verdade é que prensenciei, todo o fato, eu morava no bairro sim, porém infelismente eu tinha apenas 16 anos, e fiz o que a maioria fez, fiquei abalado, assustado,e triste por ver o tão pouco valor dado a vida desta pessoa. Este texto foi baseado em fatos reais.... Valquiria, adorei seu comentário, são leitores como você que estão motivando minhas escritas. beijos.

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